Início » ‘Caos e Destruição’: brutalidade estilizada em busca de uma alma

“Caos e Destruição”, novo filme de ação da Netflix estrelado por Tom Hardy e dirigido por Gareth Evans, chega à plataforma carregando grandes expectativas. Afinal, Evans é o mesmo nome por trás de “Operação Invasão”, um dos marcos do cinema de ação da última década.

Com uma premissa que envolve corrupção policial, crime organizado e um resgate desesperado, o longa-metragem promete pancadaria, caos urbano e redenção. Mas será que cumpre o que promete?

Frete grátis e rápido! Confira o festival de ofertas e promoções com até 80% OFF para tudo o que você precisa: TVs, celulares, livros, roupas, calçados e muito mais! Economize já com descontos imperdíveis!

Sinopse do filme Caos e Destruição (2025)

Durante a véspera de Natal em uma cidade genérica assolada pelo crime, o detetive Walker (Tom Hardy) se vê preso em uma teia de violência, corrupção e conspirações. Após um roubo de drogas sair do controle, ele precisa resgatar o filho de um candidato à prefeitura, sequestrado por uma poderosa organização criminosa liderada pela impiedosa “Little Sister” (Yeo Yann Yann).

Enquanto enfrenta gangues, policiais corruptos e seus próprios fantasmas, Walker embarca em uma jornada de violência extrema em busca de redenção e, quem sabe, salvação pessoal.

Você também pode gostar disso:

+ A estética acima da substância: o terror sci-fi de ‘Ash: Planeta Parasita’

‘Invasão de Lua de Mel’ e o humor que passou do ponto

‘Robô Selvagem’, uma odisseia emocional entre circuitos e natureza

Crítica de Caos e Destruição, da Netflix

Depois de explorar o terror em Apóstolo e flertar com o suspense sobrenatural, Gareth Evans retorna ao território que o consagrou: o cinema de ação visceral. Em “Caos e Destruição”, sua assinatura está presente nas coreografias brutais e na câmera inquieta que gira como um árbitro em um ringue sangrento.

A sequência no clube noturno, com múltiplos andares, música pulsante e uma avalanche de corpos, é o ápice técnico do filme e justifica, por si só, a existência da obra.

Mas, apesar da competência em encenar violência, Evans parece ter perdido o equilíbrio entre forma e conteúdo. Se em “Operação Invasão” a simplicidade da trama era virtude, aqui ela vira peso morto.

Um roteiro genérico sustentado por violência

A narrativa de “Caos e Destruição” tenta agregar camadas: corrupção institucional, máfias orientais, policiais disfuncionais, um protagonista quebrado. No entanto, o roteiro — escrito também por Evans — tropeça em sua ambição.

O que poderia ser um noir urbano contemporâneo vira uma colcha de retalhos de clichês do gênero: o policial que busca redenção, o sistema podre, a femme fatale (ou, neste caso, a matriarca vingativa), o parceiro novato idealista.

A tentativa de imprimir profundidade emocional em Walker (Hardy) não convence. As motivações são pouco desenvolvidas e a relação com sua filha parece ter sido inserida apenas para humanizá-lo artificialmente. O filme até flerta com críticas sociais e dilemas éticos, mas tudo fica em segundo plano frente à carnificina coreografada.

Tom Hardy carrega o filme nas costas — até onde consegue

Tom Hardy faz o que sabe fazer: sussurra com intensidade, caminha com o corpo pesado e distribui socos como se fossem argumentos. Seu Walker é um amálgama de detetives decadentes que o cinema já apresentou, de Martin Riggs a John McClane. Ainda assim, o ator consegue imprimir certa dignidade ao personagem, tornando-o ao menos funcional no meio do tiroteio.

O restante do elenco cumpre bem o papel, com destaque para Yeo Yann Yann, que dá vida à vilã com uma força silenciosa e ameaçadora. Jessie Mei Li também entrega uma parceira convincente, ainda que subaproveitada.

Visual impressionante, mas artificial

Se as lutas e perseguições são impactantes, o mesmo não se pode dizer dos efeitos visuais. Em várias cenas, a cidade parece renderizada em CGI com brilho excessivo e texturas lisas, o que quebra a imersão. A cena do caminhão com máquinas de lavar cheias de cocaína, por exemplo, beira o cartunesco — e não por intenção estilística, mas por limitações técnicas.

Além disso, a montagem do filme compromete o ritmo em vários momentos. Há cortes abruptos, flashbacks desnecessários e uma sensação de desorganização narrativa que não condiz com a precisão das cenas de ação.

Acompanhe o Flixlândia no Google Notícias e fique por dentro do mundo dos filmes e séries do streaming

Conclusão

“Caos e Destruição” é um espetáculo visual para os amantes de ação bruta e estilizada, mas peca por confiar demais no sangue e pouco na substância. Gareth Evans mostra que ainda é um mestre da coreografia violenta, mas tropeça ao tentar contar uma história mais complexa do que suas habilidades narrativas comportam. Tom Hardy se esforça para manter o filme de pé, mas mesmo sua entrega não salva um roteiro previsível e personagens descartáveis.

Para quem busca apenas adrenalina, vale a pena pelo balé de socos e tiros. Mas para quem espera algo além da carnificina, o verdadeiro caos está no roteiro.

Siga o Flixlândia nas redes sociais

Instagram

Twitter

TikTok

YouTube

Onde assistir ao filme Caos e Destruição?

O filme está disponível para assistir na Netflix.

Trailer de Caos e Destruição (2025)

Elenco de Caos e Destruição, da Netflix

  • Tom Hardy
  • Timothy Olyphant
  • Forest Whitaker
  • Yeo Yann Yann
  • Jessie Mei Li
  • Justin Cornwell
  • Quelin Sepulveda
  • Luis Guzmán
  • Michelle Waterson
  • Sunny Pang

Ficha técnica do filme Caos e Destruição

  • Título original: Havoc
  • Direção: Gareth Evans
  • Roteiro: Gareth Evans
  • Gênero: ação, suspense, policial
  • País: Reino Unido, Estados Unidos
  • Duração: 105 minutos
  • Classificação: 16 anos

Sobre o autor

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *