Leia a crítica do filme Furioza 2, da Netflix (2025) - Flixlândia

‘Furioza 2’ aprofunda a mitologia de um universo brutal

Foto: Divulgação / Netflix
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“Furioza 2” desembarca na Netflix como uma nova investida no universo de violência, poder e ambição da subcultura dos hooligans poloneses. Longe de ser uma simples continuação, o filme opta por uma abordagem paralela, focando em Golden, personagem que cativou o público no longa original.

A proposta revela uma história cheia de intensidade e complexidade emocional, que amplia o escopo e aprofunda o retrato do personagem, sem perder a crueza nem o tom brutal que fizeram sucesso anteriormente.

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Sinopse

Ambientado entre eventos da primeira parte e seu desfecho dramático, “Furioza 2” acompanha Golden assumindo o comando da gangue Furioza após o assassinato de um líder rival. Explorando a escalada do protagonista no mundo do crime, o filme mostra sua ambição de expandir o poder da organização além das fronteiras da Polônia, levando a ação até Dublin.

Em meio a violência explícita, surtos de humor ácido e relações humanas frágeis, Golden é retratado como uma figura trágica, confinada a um ciclo de lealdades e traumas que o impedem de escapar.

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Crítica

Ao invés de escolher o caminho tradicional do “sequel” ou prequel, o diretor Cyprian T. Olencki opta sabiamente por um sidequel — um relato paralelo que aprofunda um personagem até então secundário, mas fascinante. Essa escolha garante frescor à saga, pois evita a repetição de fórmulas já vistas e enriquece a mitologia da trama.

A decisão de focar exclusivamente em Golden confere ao filme uma coerência temática mais apertada e um desenvolvimento psicológico rara vez explorado na estreia.

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De estereótipo a homem complexo

O grande triunfo de “Furioza 2” está em humanizar Golden, que vai muito além do estereótipo do hooligan violento. Mateusz Damięcki entrega uma performance carregada de nuances, mostrando um homem dividido entre o desejo de poder e a perpetuação de seus instintos violentos e atitudes impulsivas.

Na relação com sua mãe, no afeto crescente por uma dançarina e nas obsessões que o corroem, ele se revela vulnerável e profundamente trágico. É uma trajetória quase shakespeariana, onde a ambição se choca contra os limites da própria natureza.

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Violência como ferramenta estética e narrativa

Olencki não se furta em explorar a violência em sua forma mais explícita e muitas vezes grotesca. Mais do que mera exibição, este uso serve para destacar o carácter brutal do universo em que a história se desenrola e criar momentos de tensão que oscilam entre o assustador e o absurdo, gerando tanto repulsa quanto humor ácido. A intensidade vai crescendo, as cenas de ação são aprimoradas e ampliadas, o que aumenta o impacto sensorial — ainda que o filme, com quase três horas, pudesse ser mais enxuto.

Mesmo com seu ritmo acelerado e violência crua, “Furioza 2” reserva espaço para pausas narrativas que intensificam o aspecto emocional e criam atmosferas memoráveis. A direção de fotografia de Jeremi Prokopowicz destaca-se em cenas de forte impacto visual, como sequências aéreas e planos que simbolizam a massa humana reunida na bandeira branca e vermelha, conferindo uma dimensão quase épica ao filme. Tais elementos reforçam a importância do filme não só como ação, mas como obra artística.

Pontos fracos e excessos

No entanto, nem todos os arcos apresentados funcionam igualmente bem. Alguns subenredos parecem dispersos, e o filme sofre com certa perda de ritmo em passagens que poderiam ter sido cortadas ou reduzidas sem prejuízo para a narrativa principal.

A extensão do longa pode causar cansaço, especialmente devido à previsibilidade da conclusão, que já se conhece do primeiro filme. Ainda assim, a densidade de personagens e conflitos mantém o interesse global.

Conclusão

“Furioza 2” não é apenas uma sequência, é uma expansão que aprofunda a mitologia de um universo brutal, com uma abordagem ousada e madura ao focar em um personagem tão complexo quanto Golden. Embora não seja isento de falhas, sua mistura de violência, drama psicológico e momentos de humor ácido cria uma experiência cinematográfica instigante e multifacetada.

A performance de Mateusz Damięcki é o coração do filme, que consegue emocionar e provocar reflexões sobre identidade, poder e destino inexorável. Para os fãs do gênero e do original, é uma obra que agrega valor, mesmo que exija um pouco de paciência para sua extensa duração.

Onde assistir ao filme Furioza 2?

O filme está disponível para assistir na Netflix.

Quem está no elenco de Furioza 2, da Netflix?

  • Mateusz Damięcki
  • Szymon Bobrowski
  • Łukasz Simlat
  • Mateusz Banasiuk
  • Weronika Książkiewicz-Nathaniel
  • Pola Gonciarz
  • Wojciech Zieliński
  • Cezary Łukasiewicz
  • Konrad Eleryk
  • Sebastian Stankiewicz
Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

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