
Foto: Diamond Films / Divulgação
“Maria Callas”, filme dirigido por Pablo Larraín e estrelado por Angelina Jolie, encerra a trilogia do cineasta dedicada a figuras femininas icônicas, após Jackie (2016) e Spencer (2021).
O longa explora os últimos dias da lendária soprano greco-americana, oferecendo um retrato introspectivo de uma mulher que, mesmo no auge de sua fama, enfrentava as profundezas da fragilidade emocional e pessoal. Com uma abordagem intimista e estética meticulosa, Larraín constrói um drama melancólico, mas que por vezes se mostra distante e engessado.
Sinopse de Maria Callas, com Angelina Jolie
O filme nos transporta para a Paris de 1977, onde Maria Callas (Angelina Jolie) vive reclusa em sua mansão, enfrentando os fantasmas do passado, o isolamento e o declínio vocal.
Entre memórias e alucinações provocadas pelo uso de medicamentos, Callas revisita traumas, relacionamentos marcantes, como o conturbado caso com Aristóteles Onassis (Haluk Bilginer), e suas glórias nos palcos.
Paralelamente, acompanhamos suas tentativas de recuperar a voz e se reconectar com sua essência artística, mesmo em meio à decadência física e emocional.
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Crítica do filme Maria Callas (2025)
Pablo Larraín mantém sua assinatura ao escolher momentos específicos na vida de figuras femininas icônicas, dando um tom mais psicológico do que biográfico. Em “Maria Callas”, sua direção equilibra elegância e fragilidade, refletindo tanto o glamour quanto a solidão que marcaram a vida da soprano.
A fotografia de Edward Lachman, que alterna entre cores saturadas e tons monocromáticos, complementa a narrativa não linear e reforça a dualidade entre passado e presente. Contudo, a repetição excessiva do recurso visual acaba tornando-o cansativo, diminuindo o impacto de momentos-chave.
Angelina Jolie brilha como Callas, entregando uma atuação profundamente introspectiva. A atriz captura com maestria a imponência e a vulnerabilidade da cantora, misturando arrogância e fragilidade de forma cativante. No entanto, a dublagem das cenas de canto, embora tecnicamente necessária, prejudica a imersão do público, criando um distanciamento desnecessário.
Além disso, o roteiro de Steven Knight, embora competente em retratar a melancolia e o isolamento da protagonista, peca ao não explorar a grandeza artística de Callas. Flashbacks pontuais ilustram sua vida nos palcos, mas a narrativa parece mais interessada em seus traumas pessoais do que em sua monumental carreira. Essa escolha limita a conexão emocional com o público, especialmente para aqueles menos familiarizados com a figura histórica da cantora.
Conclusão
“Maria Callas” é um encerramento digno, mas imperfeito, da trilogia de Pablo Larraín. Enquanto Angelina Jolie entrega uma de suas atuações mais impactantes, o filme sofre com uma abordagem técnica que, embora visualmente deslumbrante, carece de calor emocional.
A obra funciona melhor como um estudo introspectivo do que como uma celebração da icônica soprano. Ainda assim, o filme deixa sua marca ao explorar a luta entre a glória pública e os dilemas pessoais de uma mulher que, mesmo diante da decadência, continuava buscando significado em sua arte emocionalmente envolvente.
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Onde assistir ao filme Maria Callas?
O filme está disponível para assistir nos cinemas de todo o Brasil.
Trailer de Maria Callas, com Angelina Jolie
Elenco de Maria Callas (2025)
- Angelina Jolie
- Pierfrancesco Favino
- Alba Rohrwacher
- Haluk Bilginer
- Kodi Smit-McPhee
- Stephen Ashfield
- Valeria Golino
- Caspar Phillipson
Ficha técnica do filme Maria Callas
- Título original: Maria
- Direção: Pablo Larraín
- Roteiro: Steven Knight
- Gênero: drama, musical
- País: Itália, Alemanha, Chile, Estados Unidos
- Duração: 124 minutos
- Classificação: 14 anos
O filme chama-se Maria Callas porém só é apresentado o fim dela. Um filme duma pobreza total em todos os parâmetros. Lamento que a vida de Callas não tenha sido apresentada em várias das sua facetas.