Quatorze anos após o último suspiro cinematográfico da franquia, “Premonição 6” retorna com um novo fôlego e um subtítulo que já diz muito: “Laços de Sangue”. Em sua sexta incursão às telas, a série acerta ao não tentar reinventar a roda, mas sim girá-la com mais inteligência, humor sombrio e um toque de emoção inesperada.
Dirigido por Zach Lipovsky e Adam B. Stein, e com roteiro assinado por Guy Busick e Lori Evans Taylor, o longa mira no legado da saga e acerta, mesmo tropeçando em alguns efeitos visuais e na pressa do final.
Sinopse do filme Premonição 6: Laços de Sangue
A trama gira em torno de Stefani (Kaitlyn Santa Juana), uma estudante universitária atormentada por sonhos vívidos com um desastre em uma torre nos anos 1960. Nessas visões, ela vê Iris (Brec Bassinger), uma jovem noiva que, ao pressentir uma tragédia iminente, impede um acidente mortal — mas, ao fazê-lo, desencadeia uma reação em cadeia que fará a Morte cobrar a dívida décadas depois.
Stefani logo descobre que Iris é sua avó e que sua família inteira está agora no encalço de um destino cruel. Entre tentativas de convencimento, tensões familiares e mortes absurdamente criativas, ela precisa correr contra o tempo para quebrar o ciclo fatal.
Você também pode gostar disso:
+ ‘Betânia’ mostra belezas naturais e culturais do Maranhão, mas tem roteiro pouco trabalhado
+ ‘Fight Or Flight’ é caos em altitude elevada com Josh Hartnett em modo turbo
+ A distopia emocional de ‘A Avaliação’
Crítica de Premonição 6: Laços de Sangue (2025)
O maior acerto de “Laços de Sangue” está em compreender profundamente a própria franquia. Em vez de tentar desconstruí-la ou transformá-la em algo que nunca foi, o filme aposta no “simples bem feito”: catástrofe evitada, plano da morte ativado, mortes em série. Mas o novo elemento — a perseguição à linhagem familiar — adiciona uma urgência emocional que vinha faltando nos últimos títulos.
Trocar um grupo de adolescentes desconectados por uma família interligada traz camadas de afeto, conflito e responsabilidade que engrandecem o drama sem tirar o foco do entretenimento. Afinal, perder um primo é diferente de perder um desconhecido — e o público sente isso.
Humor macabro e mortes engenhosas: a alma da franquia
Como todo bom “Premonição”, o capítulo 6 entrega o que se espera: mortes mirabolantes. O desastre inicial no restaurante no topo da torre é visualmente impactante, apesar de prejudicado por CGI inconsistente. No entanto, cenas como a da ressonância magnética e a do hospital compensam, trazendo tensão, surpresa e brutalidade em doses certeiras. A expectativa do que pode ou não matar alguém vira quase um jogo com o público — e isso é deliciosamente cruel.
A escolha de adotar um tom de humor sombrio é outro trunfo. O filme não escapa do absurdo, mas o abraça com gosto. Situações ridículas são tratadas com seriedade dentro da lógica do universo proposto, o que as torna ainda mais divertidas. A personagem da Stefani surgindo do nada para dizer que todos vão morrer é apenas o início de um circo familiar de desconfiança e deboche que funciona muito bem.
Roteiro funcional, mas nem sempre coerente
A homenagem a Tony Todd, eterno William Bludworth, é um momento marcante. Sua presença aqui carrega um peso emocional raro na franquia. Fragilizado, mas ainda misterioso e imponente, ele representa o elo com os filmes anteriores — e talvez, o encerramento de um ciclo. A forma como ele é inserido na narrativa é respeitosa, simbólica e melancólica, funcionando quase como um testamento fúnebre à própria saga.
A narrativa de “Laços de Sangue” funciona bem na maior parte do tempo. A ambientação entre o passado e o presente é bem costurada e o ritmo é envolvente. No entanto, o último terço do filme sofre com uma aceleração desnecessária: conflitos se resolvem rapidamente, algumas mortes se tornam previsíveis e o clímax soa apressado. Ainda assim, o longa consegue se manter fiel à proposta e entrega mais acertos que erros.
Conclusão
“Premonição 6: Laços de Sangue” não revoluciona a franquia, mas oferece uma das experiências mais coesas e satisfatórias da saga. Com direção segura, mortes criativas, humor bem dosado e uma trama que resgata o afeto em meio ao caos, o longa é um bem-vindo retorno para os fãs — e talvez um novo ponto de partida para o futuro.
Mesmo com tropeços visuais e uma reta final apressada, o filme entende perfeitamente o que é ser “Premonição”: tensão, surpresa, diversão e sangue. Ao envolver uma família em sua espiral de desgraça e fatalidade, “Laços de Sangue” injeta emoção genuína e mantém viva uma franquia que parecia já ter dito tudo. Mas pelo visto, a Morte ainda tem muito a dizer.
Siga o Flixlândia nas redes sociais
+ TikTok
+ YouTube
Onde assistir ao filme Premonição 6: Laços de Sangue
O filme está disponível para assistir nos cinemas.
Trailer de Premonição 6: Laços de Sangue (2025)
Elenco do filme Premonição 6: Laços de Sangue
- Tony Todd
- Brec Bassinger
- Richard Harmon
- April Telek
- Rya Kihlstedt
- Kaitlyn Santa Juana
- Anna Lore
- Max Lloyd-Jones
- Teo Briones
Ficha técnica de Premonição 6: Laços de Sangue (2025)
- Título original: Final Destination: Bloodlines
- Direção: Zach Lipovsky, Adam B. Stein
- Roteiro: Guy Busick, Lori Evans Taylor, Jon Watts
- Gênero: terror
- País: Estados Unidos, Canadá
- Duração: 110 minutos
- Classificação: 18 anos