Giselle Costa Rosa 
Foto: Netflix / Reprodução
Existem histórias de amor que aquecem, outras que machucam — e há aquelas raras que fazem as duas coisas ao mesmo tempo. “Quando Se Tem Mais uma Chance” , dorama chinês de 2025 que chegou ao seu final na Netflix com o episódio 32, é exatamente isso: uma narrativa envolta em silêncio, paciência e emoções à flor da pele, que resgata o amor não como paixão arrebatadora, mas como um abrigo seguro.
Adaptado da novela Nan Hong (Hard to Coax), escrita por Zhu Yi, a obra nos conduz pela jornada de Sang Yan e Wen Yi Fan, duas almas marcadas por traumas e separações, mas conectadas por um amor que nunca esmoreceu.
Sinopse do episódio 32, final do dorama Quando Se Tem Mais uma Chance (2025)
Sang Yan e Wen Yi Fan se apaixonaram no ensino médio. Com planos de ingressar juntos na Universidade de Nanwu, prometeram um futuro compartilhado. Porém, Yi Fan quebra essa promessa, abandona Sang Yan e desaparece. O que ele não sabe é que, por trás desse afastamento, está um trauma profundo que ela carrega desde a adolescência.
Seis anos depois, os dois se reencontram por acaso e acabam dividindo o mesmo apartamento. A convivência, marcada por flashbacks e silêncios eloquentes, reativa sentimentos enterrados e verdades ocultas. A série se desenrola entre passado e presente, revelando aos poucos os motivos da separação e o amor resiliente que sobreviveu ao tempo e à dor.
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Crítica do final da série Quando Se Tem Mais uma Chance (episódio 32), da Netflix
Esse episódio 32 mostra que o grande mérito de “Quando Se Tem Mais uma Chance” está na construção cuidadosa do relacionamento central. O dorama abandona clichês em prol de uma abordagem emocionalmente madura. Sang Yan, interpretado com sensibilidade por Bai Jing Ting, é o verdadeiro pilar da narrativa.
Seu amor por Yi Fan é silencioso, constante, paciente — quase sacrificial. Ele não exige nada dela, apenas se faz presente. É o tipo de homem que entende antes mesmo de ouvir, que oferece sem esperar retorno. Sua frase mais emblemática resume bem seu papel: “Eu sempre estarei aqui para te amparar.”
Zhang Ruo Nan, por sua vez, constrói uma Wen Yi Fan complexa e humana. Vítima de abandono e abuso, ela aprendeu a sobreviver calando suas dores. Sua trajetória é marcada por bloqueios emocionais e uma constante tentativa de escapar do passado — inclusive de Sang Yan.
Sua decisão de deixá-lo, mesmo amando-o, é cruel, sim, mas compreensível. Ela precisava antes se proteger. E é justamente isso que torna o reencontro deles tão poderoso: ele continua lá, mesmo após tudo.
Química inegável
A força do casal está em tudo o que não é dito. Nos olhares trocados, nas pequenas ações do cotidiano, nos momentos de silêncio compartilhado. A química entre Bai Jing Ting e Zhang Ruo Nan é arrebatadora e nunca escorrega para o melodrama artificial. Ao contrário, cada cena entre eles carrega uma carga emocional densa e autêntica. Os episódios em que Yi Fan sonambula e, inconscientemente, procura por Sang Yan, são um exemplo disso — belos, simbólicos, devastadores.
O romance é do tipo slow burn, mas quando pega fogo, é impossível não se emocionar. E o que dizer da proposta de casamento? Simples, íntima, verdadeira — talvez a mais tocante já feita em um drama.
Trauma e cura: uma abordagem sensível
Apesar de “Quando Se Tem Mais uma Chance” ser um romance, ele não foge de temas espinhosos. A série aborda com respeito e profundidade o impacto de traumas, como o abuso sexual, e a forma como eles moldam as decisões e a capacidade de confiar.
Não é um drama sobre salvar alguém, mas sobre caminhar junto durante o processo de cura. Yi Fan não é uma personagem frágil que precisa ser resgatada. Ela é resiliente, e sua força está justamente em reconhecer que precisa se reconstruir — por si mesma, e não por amor.
O arco de Hong Kong, que dividiu opiniões, é, na verdade, essencial. Ele oferece a ela um espaço para se reconectar com sua identidade e paixão pela dança. E é por meio dos olhos de Sang Yan, em sua busca por pistas da vida de Yi Fan, que o público compreende ainda mais a profundidade do amor dele — e da dor de ambos.
Uma experiência sensorial
Visualmente, o drama é um presente. A fotografia aposta em tons suaves, reflexos e iluminação acolhedora que traduzem com precisão o estado emocional dos personagens. Cada episódio inicia com um flashback e encerra com a perspectiva de Sang Yan — um recurso que amarra a estrutura narrativa com delicadeza.
A trilha sonora é, sem dúvida, um dos pontos altos. As músicas “Willful” e “It’s You” traduzem o sentimento dos protagonistas com letras que parecem escritas sob medida para a história. A canção “Like a Sunny Day, Like a Rainy Day” adiciona um toque agridoce, conectando emocionalmente com o universo de Amor Oculto, do qual “Quando Se Tem Mais uma Chance” é um spin-off.
Conclusão
Com o fim de “Quando Se Tem Mais uma Chance” no episódio 32, o dorama chinês mostra que essa não é apenas uma história de amor — é uma trama sobre escolhas, sobre persistência, sobre aprender a se amar quando o mundo parece ter desistido de você. É sobre enxergar o outro em sua dor e ainda assim estender a mão. Sobre encontrar um lar não em um lugar, mas em uma pessoa.
Bai Jing Ting e Zhang Ruo Nan entregam atuações memoráveis e inesquecíveis. A produção é impecável, e o roteiro, ainda que se alongue em algumas repetições, sabe como encantar, emocionar e, acima de tudo, curar. Se amor é também um ato de coragem, “Quando Se Tem Mais uma Chance” é uma carta de amor a todos que já tiveram medo de amar — e ainda assim amaram.
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Onde assistir ao dorama Quando Se Tem Mais uma Chance?
A série está disponível para assistir na Netflix.
Trailer de Quando Se Tem Mais uma Chance (2025)
Elenco de Quando Se Tem Mais uma Chance, da Netflix
- Bai Jinting
- Zhang Ruonan
- Edward Chen
- Zhang Miaoyi
- Zhai Xiaowen
- Paul Chun
- Nina Paw
- Kong Lin
Ficha técnica da série Quando Se Tem Mais uma Chance
- Título original: Nan hong / The First Frost
- Gênero: drama, romance
- País: China
- Temporada: 1
- Episódios: 32
- Classificação: 14 anos
Sobre o autor
