Apesar dos clichês, ‘Troca de Bebês 2’ conquista com elenco carismático e momentos genuínos de emoção
Taynna Gripp22/11/20243 Mins de Leitura30 Visualizações
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O filme “Troca de Bebês 2” (Maybe Baby 2) chega como uma sequência inesperada, mas não necessariamente indesejada, da comédia familiar que conquistou seu espaço na Netflix. Sob a direção de Jonas Elmer, o longa promete explorar novamente o caos de famílias imperfeitas e dinâmicas improváveis.
Com um enredo que beira o absurdo e um elenco carismático, o longa tenta equilibrar humor, drama e um pouco de reflexão sobre os laços familiares. Será que essa mistura dá certo ou o filme tropeça nas próprias ambições?
“Troca de Bebês 2” retoma a história de duas famílias que, na primeira parte, enfrentaram o insólito desafio de criar filhos trocados por um erro em uma clínica de fertilização. Agora, uma nova reviravolta surge: os pais descobrem que, na verdade, não houve troca alguma.
Diante dessa revelação, eles são forçados a revisar seus vínculos e a decidir como seguir em frente. Para complicar ainda mais, os dois casais decidem dividir a mesma casa, o que gera situações cômicas, tensas e, em alguns momentos, tocantes. Entre diferenças culturais, econômicas e pessoais, o filme mergulha no desafio de coabitar e cocriar em um cenário completamente fora do convencional.
“Troca de Bebês 2” sabe bem quem é seu público e não tenta ser mais do que uma comédia leve e despretensiosa. A força do filme está em seu elenco, que entrega atuações carismáticas e entrosadas.
Mille Dinesen e Lars Ranthe se destacam ao equilibrar o humor físico com momentos de vulnerabilidade emocional, enquanto Katinka Lærke Petersen adiciona camadas de doçura e autenticidade à sua personagem.
Os jovens atores que interpretam os filhos também brilham, arrancando risadas com suas personalidades contrastantes – Leo, desajeitado e ingênuo, e Cecilia, esperta e adorável.
Clichês reciclados
No entanto, o roteiro deixa a desejar ao reciclar clichês e situações previsíveis. Montagens como “a vida caótica sob o mesmo teto”, que incluem confusões na cozinha e desastres no banheiro, parecem saídas diretamente de uma sitcom genérica.
Além disso, o humor funciona melhor em momentos sutis e naturais, mas escorrega quando tenta forçar risadas com piadas batidas ou exageros desnecessários.
Força nos temas centrais
A direção de Jonas Elmer é funcional, mas sem grande inspiração. O visual do filme, com uma estética colorida e leve, é agradável, mas carece de personalidade. Da mesma forma, a trilha sonora cumpre seu papel, mas passa despercebida.
Ainda assim, o filme encontra sua força nos temas centrais: a construção de família, a aceitação de imperfeições e a importância de aprender a conviver com o outro. Esses momentos, embora breves, trazem uma honestidade que ajuda a compensar os tropeços do roteiro.
“Troca de Bebês 2” é uma sequência que entrega exatamente o que promete: entretenimento descomplicado para um público que busca uma experiência leve e familiar. Apesar de não reinventar a roda e tropeçar em algumas escolhas criativas, o filme consegue conquistar com seu elenco carismático e momentos genuínos de emoção.
Se você gostou do primeiro longa e tem carinho pelos personagens, esta continuação provavelmente vai agradar. No entanto, para quem procura algo mais inovador ou memorável, “Troca de Bebês 2” pode parecer apenas mais uma comédia previsível no catálogo da Netflix.
Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.