'A Final: Caos em Wembley' expõe as falhas de uma sociedade em lidar com suas paixões mais obscuras

A paixão pelo futebol muitas vezes transborda os limites do campo, invadindo as ruas e desafiando os limites da razão. O documentário da Netflix, “A Final: Caos em Wembley” (The Final: Attack on Wembley), captura um desses momentos em que o fervor se converte em caos, oferecendo uma visão crítica e dolorosa sobre os excessos da torcida inglesa durante a final da Euro 2020 entre Inglaterra e Itália.

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Sinopse do filme A Final: Caos em Wembley

Em 11 de julho de 2021, o estádio de Wembley estava prestes a ser sede de uma vitória histórica da seleção inglesa, sob o comando de Gareth Southgate. O time já tinha inspirado o país todo em sua jornada rumo à primeira grande final da Inglaterra desde 1966, e o Campeonato Europeu estava ao alcance da equipe.

Mas com a chegada de torcedores de todos os cantos do país ao Wembley, não demorou para a celebração se transformar em caos. A confusão tomou conta, com cenas de embriaguez e uso de drogas, e fãs sem ingresso aproveitaram para invadir o estádio.

Com depoimentos em primeira mão e conteúdos viscerais produzidos por torcedores que estavam no local, esta é a história de um dia que começou cheio de euforia e terminou com o sofrimento de uma nação.

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A-Final---Caos-em-Wembley-crítica-do-documentário-Netflix-2024 — Cena do documentário “A Final: Caos em Wembley” (Foto: Netflix / Divulgação)

Crítica de A Final: Caos em Wembley, da Netflix

O documentário faz um trabalho louvável ao detalhar o ambiente feral que cercou o estádio naquele dia, destacando tanto a bravura dos seguranças quanto a irresponsabilidade de uma parte da torcida. A direção de Rob Miller e Kwabena Oppong consegue apresentar uma narrativa equilibrada, apesar de, em momentos, pecar pela falta de aprofundamento nas causas do comportamento extremado dos torcedores, como o abuso de álcool e drogas e a insuficiência das medidas de segurança.

Um dos pontos mais impactantes é o testemunho de um torcedor britânico-asiático, que expressa o medo de retaliações racistas no caso de uma derrota da Inglaterra. O documentário não hesita em expor o lado sombrio do futebol, mostrando que, para além da derrota em campo, a verdadeira tragédia foi a conduta de uma parte dos torcedores, que maculou a reputação de uma nação.

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Conclusão

“A Final: Caos em Wembley” é uma peça de jornalismo visual crua e necessária que expõe as falhas de uma sociedade em lidar com suas paixões mais obscuras. O documentário é uma reflexão sombria sobre o preço da devoção cega ao esporte e serve como um alerta para futuros eventos.

Embora não ofereça soluções definitivas, provoca uma discussão crucial sobre a cultura do futebol e o comportamento dos torcedores, ressaltando a urgência de repensar a segurança e a conduta nos estádios. Afinal, deveria ser uma celebração do esporte, não um catalisador de caos.