Início » ‘Extermínio: A Evolução’ é belo, caótico e – de certa forma – frustrante

Quase vinte anos após o último surto, a franquia Extermínio ressurge em 2025 com “Extermínio – A Evolução”. Com Danny Boyle de volta à direção e Alex Garland no roteiro, o longa prometia reviver o terror angustiante e a estética crua que marcaram os dois primeiros filmes.

Porém, o que chegou aos cinemas foi algo bem diferente: um filme mais introspectivo, experimental e centrado em um drama familiar que troca a adrenalina dos infectados por reflexões amargas sobre violência e amadurecimento.

Primeiro filme redefiniu o gênero zumbi

Não há dúvidas de que a trilogia iniciada em 2002 redefiniu o gênero zumbi ao apresentar infectados velozes, cenários desoladores e um clima de colapso civilizacional. Extermínio tornou-se icônico ao transformar uma Londres vazia em símbolo de horror existencial. A sequência, Extermínio 2, mesmo controversa, aprofundou esse universo com ação intensa e direção ousada.

No entanto, A Evolução rompe com o passado ao assumir outra proposta. Esqueça a tensão constante ou a urgência pela sobrevivência. Aqui, a guerra contra os zumbis cede espaço a um rito de passagem doloroso, onde o maior inimigo é a herança de um mundo que insiste em repetir seus erros.

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Qual a história de Extermínio: A Evolução?

Ambientado 28 anos após os eventos do primeiro filme, Extermínio – A Evolução apresenta um Reino Unido isolado, ainda assolado pelos efeitos do vírus da raiva. Em Holy Island, uma comunidade de sobreviventes tenta levar uma vida pacífica. Spike (Alfie Williams), um garoto de 12 anos, é levado pelo pai, Jamie (Aaron Taylor-Johnson), a uma caçada de iniciação no continente — uma terra desolada e povoada por infectados mutantes, agora em diferentes estágios de transformação.

Após descobrir que sua mãe, Isla (Jodie Comer), sofre de uma doença misteriosa, Spike decide levá-la em segredo até o continente, onde acredita que o enigmático Dr. Kelson (Ralph Fiennes) pode ajudar. O que se segue é uma jornada repleta de perigos e revelações, mas não necessariamente do tipo que os fãs da franquia esperavam.

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cena do filme Extermínio A Evolução 2025
Foto: Sony Pictures / Divulgação

Crítica de Extermínio: A Evolução (2025)

O que há de novo no mundo dos infectados?

Apesar de resgatar o universo dos primeiros filmes, Extermínio – A Evolução se distancia da construção apocalíptica tradicional. Os zumbis, agora mais diversos e imprevisíveis, ganham novos traços — lentos e inchados ou monstruosamente altos e fortes. Porém, mesmo com essa atualização biológica, os infectados perdem espaço para um drama simbólico que não prioriza o horror explícito.

O roteiro de Garland opta por não responder todas as perguntas. A infecção se torna pano de fundo para discutir temas como amadurecimento precoce, relações familiares desgastadas e a repetição histórica da violência. Não é um filme de ação com zumbis. É uma fábula amarga sobre como construímos o futuro a partir das cicatrizes do passado.

Boyle e Garland: provocação estética ou confusão visual?

Danny Boyle aposta alto em uma estética ousada. A opção de filmar com iPhones pode parecer um aceno ao estilo documental do primeiro longa, mas aqui a execução resulta em imagens granuladas, filtros exagerados e cortes frenéticos que mais confundem do que impressionam. A montagem abusa de sobreposições, flashes e efeitos que remetem a videoclipes dos anos 2000, em uma tentativa de criar uma experiência sensorial incômoda — e consegue.

A trilha sonora assinada pelo trio Young Fathers ajuda a sustentar essa inquietação, com faixas que evocam um sentimento de urgência e instabilidade. Em meio ao caos visual, algumas sequências se destacam, como a cena da ponte e a aproximação de Spike com o Dr. Kelson. No entanto, o excesso de estilo por vezes afasta a narrativa de sua base emocional.

Protagonismo juvenil e drama familiar: acerto ou tropeço?

O centro emocional do filme está na jornada de Spike, vivido por Alfie Williams, que surpreende ao fugir dos maneirismos comuns de crianças em filmes de ação. Seu crescimento forçado em um mundo em ruínas é o verdadeiro cerne da trama. No entanto, o roteiro falha ao tornar sua trajetória previsível. Cada obstáculo parece feito sob medida para ser superado com facilidade, retirando qualquer sensação real de perigo.

Aaron Taylor-Johnson tem pouco tempo em tela, mas entrega presença. Já Jodie Comer é prejudicada por diálogos frágeis que minam a construção de sua personagem. O destaque absoluto é Ralph Fiennes, que transforma um papel caricato em algo denso e ambíguo. Sua interação com Spike representa o momento mais potente da narrativa, revelando que, em meio à barbárie, ainda há espaço para empatia — mesmo que venha sob forma de morte pacífica.

Entre simbolismo e frustração

O uso do poema Boots, de Rudyard Kipling, tanto no trailer quanto no filme, sintetiza a proposta da obra: um ciclo eterno de guerra, repetição e morte. O problema é que esse simbolismo, por mais instigante que seja, é subaproveitado. O filme parece tão preocupado em ser profundo que esquece de contar uma história envolvente. Para quem esperava a brutalidade crua dos primeiros filmes, o resultado pode soar como uma traição à essência da franquia.

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Conclusão

“Extermínio – A Evolução” não é um filme fácil. Nem quer ser. É uma obra que provoca desconforto estético e narrativo, repleta de decisões que desafiam o público a se envolver com uma história onde o verdadeiro terror é psicológico e social. Para alguns, será uma obra ousada e relevante. Para outros, uma decepção pretensiosa e sem foco.

A tentativa de romper com o formato estabelecido anteriormente é legítima, mas talvez mal calculada. Em vez de evoluir, o filme parece ter se distanciado daquilo que fez a franquia ser respeitada. Ainda assim, resta a esperança: com mais dois capítulos já confirmados, talvez a trilogia consiga encontrar equilíbrio entre reflexão e tensão. Por ora, A Evolução é uma obra tão corajosa quanto imperfeita — e não vai deixar ninguém indiferente.

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Assista ao trailer do filme Extermínio: A Evolução

Elenco de Extermínio: A Evolução (2025)

  • Jodie Comer
  • Aaron Taylor-Johnson
  • Ralph Fiennes
  • Rocco Haynes
  • Haley Flaherty
  • Harriet Taylor
  • Hannah Allan-Robertson
  • Annabelle Graham
  • Olivia Morley
  • Theadora Rawlings

Sobre o autor

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