Lançado originalmente em 2018 e agora disponível no Globoplay, o dorama sul-coreano “Questão de Tempo” chega ao catálogo brasileiro com a promessa de emocionar fãs de histórias românticas com um toque de fantasia.
Com um enredo que mistura temas existenciais, melodrama e o universo dos musicais, a série protagonizada por Lee Sung-kyung e Lee Sang-yoon desafia o espectador a refletir sobre o valor do tempo — literalmente.
Apesar da premissa original, a jornada de “Questão de Tempo” oscila entre acertos sensíveis e escolhas narrativas que comprometem seu potencial. Ainda assim, a série reserva momentos que tocam fundo, impulsionados por atuações sinceras e uma mensagem central poderosa.
Sinopse do dorama Questão de Tempo (2025)
Michaela Choi (Lee Sung-kyung) é uma jovem aspirante a atriz musical que possui uma habilidade sobrenatural: ao tocar em alguém, consegue ver quanto tempo de vida aquela pessoa ainda tem. Essa maldição, que ela carrega desde pequena, também lhe revela que seu próprio tempo está prestes a acabar. Com poucos meses de vida, Michaela decide correr atrás de seus sonhos antes que seja tarde demais.
Sua vida muda ao conhecer Lee Do-ha (Lee Sang-yoon), um empresário do setor cultural que, misteriosamente, é capaz de interromper — e até estender — a contagem regressiva do tempo de Michaela. Movida pelo desejo de viver, ela tenta se manter próxima dele, mas o que começa como um relacionamento de interesse logo se transforma em um amor intenso e cheio de obstáculos.
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Crítica da série Questão de Tempo, do Globoplay
A ideia de relógios de vida visíveis é um gancho instigante e repleto de possibilidades dramáticas. “Questão de Tempo” começa com força, apresentando uma protagonista cativante e uma atmosfera que mistura doçura e urgência. Os primeiros episódios envolvem o espectador com leveza, criando uma expectativa positiva. No entanto, à medida que a trama avança, o roteiro começa a tropeçar em soluções fáceis e clichês recorrentes.
O maior problema está no ritmo: o meio da série é arrastado, com conflitos repetitivos e subtramas que não acrescentam muito — como o excesso de bastidores teatrais ou dramas familiares mal resolvidos. Em especial, o arco da vilã Bae Soo-bong (Im Se-mi) evolui de forma exagerada, transformando uma personagem inicialmente complexa em um estereótipo de antagonista ciumenta, sem nuances.
Química em construção e atuações que sustentam a emoção
O casal principal pode não convencer de imediato. A dinâmica entre Michaela e Do-ha começa desequilibrada — ela, impulsiva; ele, sério e distante — o que gera estranhamento. No entanto, com o passar dos episódios, os atores desenvolvem uma química genuína, e o romance ganha profundidade emocional.
Lee Sung-kyung entrega uma atuação vulnerável e envolvente, especialmente nos momentos em que sua personagem encara a finitude. Já Lee Sang-yoon surpreende com uma atuação contida, mas expressiva, transmitindo emoções com pequenos gestos e olhares.
No entanto, parte do elenco secundário é subaproveitada. Apesar de nomes fortes como Rowoon, Kim Dong-jun e Jung Moon-sung, muitos personagens parecem existir apenas para preencher tempo de tela. Uma exceção é a sempre excelente Kim Hae-sook, cuja presença eleva qualquer cena em que aparece.
Trilha sonora marcante, mas mal dosada
A música é parte importante do universo de “Questão de Tempo”, já que Michaela sonha em ser atriz de musicais. Isso se reflete em várias cenas de ensaio e performances. Embora a trilha sonora tenha momentos belos — com destaque para “Only You” — o excesso de números musicais e repetições acaba cansando.
A insistência em apresentar canções inteiras, em momentos pouco inspirados, quebra o ritmo e dilui a emoção de cenas que deveriam ser impactantes.
Reflexões tocantes sobre a vida e o tempo
Mesmo com suas falhas estruturais, “Questão de Tempo” acerta ao propor uma reflexão sobre o valor do tempo e a urgência de viver plenamente. A protagonista, diante da própria morte anunciada, não se rende: busca amar, realizar sonhos e deixar algo significativo. A mensagem pode soar simples, mas ressoa com sinceridade em tempos de tantas distrações e procrastinação emocional.
A série convida o espectador a pensar: se você soubesse quanto tempo ainda tem, o que faria diferente? Essa pergunta ecoa ao longo dos 16 episódios e é o que garante alguma força à narrativa, mesmo quando o roteiro se perde.
Conclusão
“Questão de Tempo” é um dorama que tinha tudo para ser memorável: conceito original, elenco talentoso e uma mensagem poderosa. No entanto, tropeça em sua execução, apostando em repetições e estereótipos que diluem o impacto da história. Ainda assim, para quem busca uma trama romântica com pitadas de fantasia e algumas lágrimas garantidas, pode ser uma boa pedida — desde que o espectador esteja disposto a perdoar seus desvios.
Se fosse possível cortar o “relógio” narrativo da série em algumas horas, a experiência seria muito mais fluida. Mas, no fim das contas, ainda há beleza e emoção suficientes para justificar o tempo investido — mesmo que com algumas reservas.
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Onde assistir ao dorama Questão de Tempo?
A série está disponível para assistir no Globoplay.
Trailer de Questão de Tempo (2025)
Elenco de Questão de Tempo, do Globoplay
- Kim Ro-Woon
- Lee Sung-kyung
- Im She-mi
- Kim Hae-sook
- Na Young-hee
- Lee Sang-yoon
- Han Seung-Yeon
- Jung Dong-hwan
Ficha técnica da série Questão de Tempo
- Título original: Meomchoogo Sipeun Soongan: Eobawoottaim / About Time
- Gênero: fantasia, romance, drama
- País: Coreia do Sul
- Temporada: 1
- Episódios: 16
- Classificação: 14 anos