'Suzume' reafirma o talento de Makoto Shinkai

Responsável pelo fenômeno “Your Name”, de 2016, o diretor Makoto Shinkai reafirma, em “Suzume”, sua competência ao combinar um espetáculo visual impressionante com uma história emocionalmente ressonante, explorando o trauma reprimido de forma muito específica ao Japão.

Sinopse de Suzume, da Netflix

“Suzume” segue a história de Suzume Iwato, uma adolescente comum de 17 anos que vive na ilha de Kyushu, no sudoeste do Japão. Após perder a mãe quando ainda era criança, Suzume é criada por uma tia amorosa, mas questionamentos sobre seu passado a assombram. Em um encontro inesperado, ela se depara com um estranho em busca de uma misteriosa porta. Intrigada, Suzume acaba encontrando a porta e, ao abri-la, desencadeia eventos que mudarão sua vida e seu país.

Ao abrir a porta, Suzume inadvertidamente libera uma força sobrenatural que causa desastres naturais no Japão. Ela se une ao estranho, agora transformado em uma cadeira falante, e a um gato mágico em uma jornada para fechar as portas que ligam seu mundo a esse outro reino, evitando mais catástrofes.

Crítica do filme Suzume (2022)

Makoto Shinkai, conhecido por suas obras aclamadas como “Your Name” e “O Tempo com Você”, mais uma vez entrega um filme visualmente deslumbrante e emocionalmente envolvente em “Suzume”. A narrativa, embora baseada em elementos fantasiosos, aborda questões profundas e universais, como trauma, perda e crescimento, com uma sensibilidade que ressoa com o público.

Uma das maiores forças de “Suzume” é a sua capacidade de criar um mundo rico e fascinante, repleto de elementos mágicos e sobrenaturais que se integram perfeitamente à narrativa. Shinkai equilibra perfeitamente esses elementos fantásticos com temas mais terrenos, como a relação entre Suzume e sua mãe falecida, que adiciona uma camada de emoção e profundidade à história.

Além disso, o filme também aborda questões ambientais e sociais, como a responsabilidade humana sobre desastres naturais e a importância da memória coletiva, especialmente no contexto do terremoto de Tohoku em 2011.

Animação

A animação, por sua vez, é simplesmente deslumbrante. Shinkai demonstra novamente sua competência em criar paisagens e ambientes que parecem quase reais, com uma atenção meticulosa aos detalhes que enriquece cada cena. As cenas de ação são emocionantes e bem coreografadas, complementadas por uma trilha sonora envolvente que eleva ainda mais a experiência do espectador.

No entanto, “Suzume” não é isento de falhas. O anime pode parecer um pouco longo em alguns momentos, especialmente durante a primeira metade, que é dedicada principalmente à introdução dos elementos fantásticos da história. Além disso, algumas das questões levantadas pelo enredo, como a natureza exata das portas mágicas e a origem dos poderes de Suzume, não são totalmente explicadas, deixando algumas lacunas na narrativa.

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Conclusão

Enfim, “Suzume” é mais um triunfo de Makoto Shinkai, que, através de sua habilidade única de contar histórias, continua a encantar e emocionar audiências ao redor do mundo. Com sua bela animação, narrativa cativante e temas universais, o anime é uma obra que ressoa tanto emocionalmente quanto visualmente, solidificando ainda mais o lugar do diretor como um dos grandes cineastas contemporâneos.