Com o episódio 4 da temporada 2, intitulado “Cicatrizes”, a série “The Last of Us” finalmente encontra o equilíbrio narrativo que vinha buscando desde o início deste segundo ano.
Ao mesmo tempo em que mergulha no drama íntimo de Ellie e Dina, o capítulo dá contornos mais densos ao conflito entre as facções W.L.F. e Serafitas, expandindo a mitologia da série e dando espaço para momentos de ação, romance e tensão. Sob a direção inspirada de Kate Herron, o episódio se mostra o mais sólido da temporada até aqui.
Sinopse do episódio 4 da temporada 2 de The Last of Us (2025)
O episódio 4 acompanha o primeiro dia de Ellie (Bella Ramsey) e Dina (Isabela Merced) em Seattle, onde buscam pistas sobre o paradeiro de Abby (Kaitlyn Dever).
Durante a jornada, as duas enfrentam ameaças humanas e infectadas, descobrem mais sobre os horrores da guerra entre os Wolves e os Scars, e fortalecem sua ligação emocional — entre revelações dolorosas, gestos de afeto e a crescente percepção de que o caminho da vingança é mais árduo e confuso do que parece.
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Crítica do episódio 4 de The Last of Us (temporada 2), da Max
A força emocional do episódio repousa quase inteiramente na relação entre Ellie e Dina, que amadurece de maneira sensível e autêntica. As cenas compartilhadas por Bella Ramsey e Isabela Merced transitam entre a leveza de diálogos irônicos e a vulnerabilidade de momentos intensos — como a belíssima cena da loja de discos, onde Ellie canta “Take On Me” ao violão.
Ramsey brilha ao mostrar um lado mais delicado de sua personagem, enquanto Merced entrega nuances que tornam Dina mais humana e menos “Cool Girl” estereotipada.
A revelação da gravidez de Dina e o momento em que Ellie revela sua imunidade não apenas reforçam o vínculo entre as duas, como elevam as apostas emocionais da temporada. É tocante — e também doloroso — ver duas jovens tentando encontrar algum senso de família em meio ao caos.
A tensão em Seattle: ação, vísceras e fanatismo
Se por um lado há espaço para o romance, por outro o episódio mergulha sem medo na tensão do gameplay. As sequências envolvendo a infiltração na estação de TV e a fuga no metrô são visceralmente eficazes, com destaque para o uso da trilha sonora e da montagem.
Há uma cadência quase sufocante na maneira como os infectados surgem, e a decisão de Ellie de se deixar morder para salvar Dina é um dos pontos mais fortes do capítulo.
Além disso, o episódio introduz formalmente Isaac (Jeffrey Wright), líder da W.L.F., com um prólogo que remonta à sua traição à FEDRA e o consolida como uma figura carismática e aterradora.
Seu contraste com os Serafitas — um grupo religioso que mistura fé e violência — traz à tona o verdadeiro tema do episódio: o ciclo interminável de vingança e desumanização. A cena de tortura na cozinha pode soar familiar, mas funciona como símbolo do quanto o idealismo colapsa frente ao fanatismo.
Metáfora de um mundo sem cura
O título “Cicatrizes” carrega um peso simbólico forte. Ele remete às marcas físicas e emocionais deixadas por escolhas violentas, perdas irreparáveis e ideologias que sobrevivem à queda da civilização. Seja no corpo dos Serafitas, nas decisões de Isaac ou na alma atormentada de Ellie, tudo aqui gira em torno das cicatrizes — visíveis ou não — que moldam os personagens.
Também há uma crítica embutida na forma como o roteiro lida com o conflito entre Wolves e Serafitas. Embora tente traçar um paralelo com o embate de Ellie e Abby, a construção das facções como “dois lados igualmente equivocados” acaba por suavizar as assimetrias reais que o inspiraram. O retrato centrado e neutro pode parecer ingênuo diante das implicações políticas que carrega, algo que a série ainda precisa resolver com mais maturidade.
Conclusão
O episódio 4 é o mais completo da temporada 2 de “The Last of Us” até aqui. A direção segura, o foco nos personagens e a expansão narrativa tornam o capítulo memorável — seja pela tensão sufocante, pelos momentos de ternura ou pelas cicatrizes que ele deixa no público.
Ellie e Dina, agora ainda mais entrelaçadas pelo amor e pela dor, partem rumo ao desconhecido. A pergunta que fica é: até que ponto vale destruir o que resta para vingar o que já se perdeu?
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Onde assistir à série The Last of Us?
A série está disponível para assistir na Max.
Trailer da temporada 2 de The Last of Us (2025) [LEGENDADO]
Trailer da temporada 2 de The Last of Us (2025) [DUBLADO]
Elenco de The Last of Us, da Max
- Pedro Pascal
- Bella Ramsey
- Kaitlyn Dever
- Brendan Rozario
- Anna Torv
- Gabriel Luna
- Samuel Hoeksema
- Catherine O’Hara
Ficha técnica da série The Last of Us
- Título original: The Last of Us
- Criação: Craig Mazin, Neil Druckmann
- Gênero: ficção científica, ação, aventura, terror, suspense, drama
- País: Canadá, Estados Unidos
- Temporada: 2
- Episódios: 7
- Classificação: 16 anos