
Foto: Netflix / Divulgação
A franquia “Umjolo” tem sido uma montanha-russa de experiências para o público, oscilando entre drama romântico e uma representação queer que tenta quebrar barreiras na indústria cinematográfica sul-africana. “Umjolo: O Amor Não Tem Cura” é a mais recente adição a essa série de filmes, prometendo uma história intensa sobre amor, autodescoberta e redenção.
No entanto, apesar de um enredo aparentemente promissor, o filme falha em entregar uma narrativa coesa e atuações convincentes, deixando o espectador mais frustrado do que emocionado.
Sinopse do filme Umjolo: O Amor Não Tem Cura (2025)
O filme segue Thoko, uma ex-Miss África do Sul abertamente lésbica que vê sua vida virar de cabeça para baixo após um escândalo público. Durante uma entrevista, Thoko acusa a vencedora do Miss Universo de ter conquistado sua coroa através de um relacionamento com um dos jurados, o que leva a um desastre midiático. Sem seu título e com a reputação arruinada, Thoko decide escrever suas memórias e recruta sua autora favorita, Nana, para a tarefa.
O que começa como uma parceria profissional rapidamente se torna algo mais profundo, desencadeando uma história de atração reprimida, segredos e autoaceitação. Mas será que ambas encontrarão coragem para assumir seus sentimentos ou permitirão que o medo as mantenha afastadas?
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Crítica de Umjolo: O Amor Não Tem Cura, da Netflix
Um dos maiores problemas de “Umjolo: O Amor Não Tem Cura” é a total falta de química entre as protagonistas. O romance entre Thoko e Nana nunca parece natural ou convincente. Desde o primeiro encontro no banheiro, onde deveria haver uma faísca de conexão emocional, a interação entre as personagens parece mecânica.
O público queer costuma ansiar por representação autêntica e relacionável, mas aqui nos deparamos com um relacionamento que se desenrola sem emoção real. As cenas de romance e intimidade são forçadas e sem impacto, o que compromete a credibilidade da narrativa.
Roteiro inconsistente e clichês desnecessários
O roteiro de Thuli Zuma é inconsistente e repleto de clichês que tornam a história previsível. A ideia de uma celebridade escandalizada que encontra refúgio na escrita de um livro poderia ter sido explorada de maneira mais profunda, trazendo mais nuances para a trajetória de Thoko.
No entanto, o filme se perde em subtramas sem propósito e em personagens secundários que nada acrescentam ao desenvolvimento da trama. Além disso, a narrativa tropeça em momentos de exposição excessiva e em situações que parecem existir apenas para preencher tempo de tela.
Direção visualmente bonita, mas vazia
A cinematografia de “Umjolo: O Amor Não Tem Cura” é um de seus poucos pontos positivos. As cenas são bem iluminadas, e os figurinos e locações transbordam sofisticação. No entanto, a direção de Mthunzi Dubazana falha em dar substância à história. O visual bonito não consegue disfarçar a falta de envolvimento emocional do filme, tornando-o apenas uma sequência de imagens bem compostas sem conteúdo impactante.
Atuações abaixo do esperado
Embora “Umjolo” tenha contado com boas atuações em filmes anteriores, esse novo capítulo decepciona. Busisiwe Mtshali, que interpreta Nana, demonstra algum talento, mas não consegue carregar o filme sozinha. Londeka Sishi, no papel de Thoko, parece desconfortável em suas cenas mais emotivas, e a falta de conexão com sua co-protagonista enfraquece ainda mais o enredo. As interações entre os personagens secundários também são superficiais, tornando difícil para o público se importar com seus dramas.
Representação queer superficial
Apesar da tentativa de trazer uma história centrada em personagens lésbicas, o filme falha em capturar a realidade de relações queer de maneira autêntica. A sexualidade das personagens parece ser usada como um elemento de “novidade” ao invés de ser desenvolvida com profundidade e respeito. A falta de representação emocional verdadeira torna a história rasa e pouco envolvente para quem busca algo mais do que apenas um romance genérico.
Conclusão
“Umjolo: O Amor Não Tem Cura” desperdiça seu potencial ao apresentar uma história que poderia ser impactante, mas que acaba sendo previsível e sem emoção. A falta de química entre as protagonistas, um roteiro fraco e atuações pouco inspiradas fazem com que o filme decepcione.
Embora tenha alguns méritos estéticos, ele não consegue compensar a superficialidade da narrativa. Para quem busca um romance queer autêntico e emocionante, esse não é o filme ideal.
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Onde assistir ao filme Umjolo: O Amor Não Tem Cura?
O filme está disponível para assistir na Netflix.
Trailer de Umjolo: O Amor Não Tem Cura (2025)
Elenco de Umjolo: O Amor Não Tem Cura, da Netflix
- Londeka Sishi
- Busisiwe Mtshali
- Tina Redman
- Nombulelo Mhlongo
- Yonda Thomas
Ficha técnica de Umjolo: O Amor Não Tem Cura (2025)
- Título original: Umjolo: There Is No Cure
- Direção: Mthunzi Dubazana
- Roteiro: Thuli Zuma
- Gênero: comédia, romance, drama
- País: África do Sul
- Duração: 78 minutos
- Classificação: 14 anos