Leia a crítica do filme Friendzone (2019), Netflix - Flixlândia

‘Friend Zone’ mostra a importância do ritmo na hora de contar histórias

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Recém-chegada à Netflix, a comédia romântica tailandesa “Friend Zone”, lançada em 2019 e protagonizada por Naphat Siangsomboon e Pimchanok Luevisadpaibul, conta de maneira diferente a velha história de um cara preso na friendzone com sua melhor amiga e, em muitos aspectos, prova porque clichês se tornam clichês.

Infelizmente, para alguns, o filme não possui uma dublagem oficial e dispõe apenas de legendas, o que não constitui grave impedimento, dada a natureza envolvente da narrativa. Logo, você estará lendo de forma automática e quase mágica, criando vozes em português para os personagens.

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Sinopse

Palm (Naphat Siangsomboon) e Gink (Pimchanok Luevisadpaibul) são amigos inseparáveis desde o ensino médio. Por mais de dez anos, ele esteve sempre por perto: o ombro amigo, o motorista de emergência, o confidente de todas as horas. Mesmo quando ela se apaixonava por outros homens, era Palm quem a empurrava cada vez que um relacionamento desabava, principalmente após as repetidas traições de seus namorados, que a deixava frustrada e perdida.

Enquanto Gink vivia entre desilusões e dúvidas, Palm permaneceu fiel à amizade, mesmo escondendo um amor que nunca teve coragem de confessar. Mas tudo muda quando, em uma de suas viagens de trabalho, eles acabam se reencontrando e passam dias juntos.

A proximidade reacende sentimentos antigos, e Gink começa a questionar se a pessoa que ela procurava sempre esteve ali. Agora, depois de uma década preso na zona da amizade, Palm precisa decidir se arrisca o coração e a amizade de uma vida para finalmente cruzar a linha que sempre os separou.

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Crítica

O longa aposta num ritmo leve e envolvente, típico das comédias românticas asiáticas modernas. A história flui com naturalidade e bom humor, especialmente nos primeiros atos, sustentada pela excelente química entre Palm e Gink. O tempo é usado de forma mais contemplativa, o que enfraquece ligeiramente um dos pontos fortes do filme, sua espontaneidade, e faz com que algumas passagens soem desconexas ou percam energia.

A forma como Friend Zone aborda as questões de relacionamento é um de seus grandes acertos. O roteiro opta por uma evolução devagar, baseada em diálogos extensos e sinceros, que exploram o limite entre amizade e amor sem pressa nem idealização. O resultado é um equilíbrio raro: o filme evita o sentimentalismo exagerado e consegue ser romântico sem precisar ser meloso.

Com clichês e carisma

É verdade que o filme é repleto de clichês, tanto em estrutura quanto em situações, mas essa previsibilidade não é um defeito. Friend Zone nunca se propõe a reinventar o gênero e sim a executá-lo com carisma, ritmo e emoção. Os arquétipos estão todos lá: o amigo que espera demais, a indecisa que não sabe o que sente, os encontros fortuitos, os mal-entendidos, mas todos são apresentados com frescor e sinceridade.

Quando aposta na comédia, o faz com segurança: o humor tailandês, propositalmente exagerado, funciona dentro de sua lógica cultural e contribui para o tom leve da história. Já o drama surge de forma natural, sem artifícios ou manipulação emocional. Os momentos de riso e emoção, embora bem construídos, acabam espaçados demais, fazendo o espectador sentir uma leve fadiga entre um pico e outro.

crítica do filme Friend Zone 2019 Netflix - Flixlândia (1)
Foto: Netflix / Divulgação

Visual impactante

Visualmente, o filme é extraordinário. A fotografia é vibrante e bem composta, explorando tons quentes e luminosos que reforçam o clima leve e otimista da narrativa. As cenas foram rodadas em diversos países da Ásia, incluindo Tailândia, Malásia, Mianmar e Hong Kong, o que confere à obra uma dimensão cosmopolita e um charme particular. Cada novo cenário parece refletir o estado emocional dos personagens, funcionando quase como um diário de viagens sentimentais.

Há também um trabalho refinado no uso das cores e contrastes. As cenas mais densas e introspectivas são marcadas por tons de azul e luz fria, que traduzem visualmente a distância e a melancolia entre os protagonistas. Esses contrastes, entre o calor dos momentos alegres e o frio das hesitações, dão profundidade estética à narrativa e reforçam o tema central do filme: a fronteira invisível entre amizade e amor.

Ainda assim, a visão de Palm domina o filme quase por completo. É através dele que a história é contada, e essa predominância limita a perspectiva de Gink, cuja complexidade emocional merecia mais espaço. Embora seja o coração da trama, Palm se torna, em certos momentos, um filtro excessivo, e a narrativa, ao focar tanto em seu olhar, reduz as nuances da personagem feminina, que acaba oscilando entre a indecisão e a culpa sem o devido
aprofundamento.

Cenas destoantes

Há, no entanto, algumas cenas que soam desnecessárias ou mal encaixadas, alongando a narrativa sem oferecer verdadeiro avanço dramático. A sequência da banheira é o exemplo mais evidente: até aquele ponto, o filme jamais caminhará em direção à sensualidade dos personagens. Toda a relação entre Palm e Gink fora construída com base na ternura, na cumplicidade e no afeto contido — nunca no desejo físico.

Colocar ambos despidos, ainda que sem conotação explícita, rompe com o espectro narrativo anterior e cria uma dissonância de tom que não se conserva no restante da obra. A cena parece existir apenas para sugerir uma tensão emocional ou proximidade física, mas sem consequência real dentro da história.

Da mesma forma, o suposto envolvimento paralelo de Ted (o namorado de Gink) surge de forma vaga, um plot nunca realmente sugerido ou explorado, que apenas flutua entre insinuação e omissão. São detalhes que não chegam a comprometer o todo, mas evidenciam o excesso de tentativas do roteiro em criar camadas que não se desenvolvem plenamente.

Química entre os protagonistas

Apesar disso, os personagens secundários masculinos têm participações pontuais e precisas, sendo usados de maneira eficiente pelo roteiro para manter o ritmo e dar textura emocional ao filme. Mesmo com a montagem irregular, o carisma coletivo do elenco sustenta a atenção do público.

Por fim, é impossível ignorar a química notável entre Naphat Siangsomboon e Pimchanok Luevisadpaibul. O carisma de ambos é o coração do filme. Eles transformam diálogos simples em momentos de genuína ternura e cumplicidade, transmitindo com naturalidade a confusão, a espera e a esperança de quem vive entre o “quase amor” e o “talvez amizade”.

Conclusão

Sim. Friend Zone vale a pena assistir, especialmente para quem gosta de comédias românticas sinceras, com boas atuações, belas paisagens e leveza emocional. Mas vá preparado, faça pausas, é um filme longo demais. Não vale a pena assistir tudo de uma vez; pause sem medo e faça outras coisas para descansar a mente durante o processo.

É um filme que não tenta reinventar o gênero e nem precisa. Mesmo previsível, é encantador, visualmente bonito e carregado de autenticidade. Um retrato caloroso de amores não correspondidos, amizades duradouras e fronteiras sentimentais que todos, em algum momento, já enfrentaram.

Onde assistir ao filme Friend Zone?

O filme está disponível na Netflix.

Trailer de Friend Zone (2019)

YouTube player

Elenco de Friend Zone, da Netflix

  • Naphat Siangsomboon
  • Pimchanok Luevisadpaibul
  • Jason Young
  • Benjamin Joseph Varney
  • Nutthasit Kotimanuswanich
  • Sukhapat Lohwacharin

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