Muito se fala sobre como o sucesso de uma obra “cult” ou “tão ruim que é boa” surge, em grande parte, quando ela não tenta ser intencionalmente algo do gênero. O filme “Lisa Frankenstein” parece andar na corda bamba entre o autoconsciente e o desastroso, com uma pitada de homenagem aos clássicos dos anos 80.
O longa dirigido por Zelda Williams, em sua estreia, e roteirizado por Diablo Cody, promete nostalgia e irreverência, mas se perde ao tentar equilibrar tantos gêneros e referências.
Sinopse do filme Lisa Frankenstein (2024)
Ambientado em 1989, o filme segue Lisa (Kathryn Newton), uma adolescente desajustada e gótica que, após a morte de sua mãe, se vê isolada em seu mundo sombrio. Ela vive com seu pai emocionalmente ausente e uma madrasta cruel, Janet (Carla Gugino), além da popular meia-irmã Taffy (Liza Soberano).
Lisa passa seus dias visitando um cemitério, até que, após um acidente bizarro, ela traz à vida um cadáver vitoriano (Cole Sprouse) com quem embarca em uma jornada de amor, assassinatos e caos.
Você também pode gostar disso:
+ ‘Garfield: Fora de Casa’, uma aventura sem surpresas, mas divertida
+ ‘O Souvenir: Parte 2’, uma sequência que transcende as expectativas
+ ‘Armadilha em Alto Mar’ tinha tudo para ser bom. Tinha…
Crítica de Lisa Frankenstein, do Prime Video
“Lisa Frankenstein” tinha o potencial para ser um novo clássico cult, misturando terror, comédia e romance gótico. Diablo Cody, roteirista famosa por obras como Juno e Garota Infernal, traz à trama um humor ácido e diálogos afiados, enquanto Zelda Williams aposta numa estética oitentista, com referências óbvias a Tim Burton. No entanto, a combinação dessas influências resulta em um filme que falha em criar uma identidade própria.
O maior problema de “Lisa Frankenstein” está na sua tentativa de misturar gêneros. Ao tentar ser simultaneamente uma comédia romântica adolescente, uma sátira social e um horror gótico, o filme acaba não entregando nenhuma dessas propostas de forma convincente. As piadas são irregulares, o terror é superficial e as relações entre os personagens, especialmente entre Lisa e a Criatura, carecem de profundidade emocional.
Kathryn Newton brilha no papel principal, interpretando Lisa com um charme excêntrico que combina perfeitamente com sua personagem isolada e macabra. Suas expressões e trejeitos trazem uma autenticidade à protagonista, que se destaca em meio ao caos narrativo. Já Cole Sprouse, como a Criatura, surpreende com uma performance física interessante, mas a falta de desenvolvimento de seu personagem limita o impacto de sua atuação.
Apesar das falhas narrativas, o design de produção e a trilha sonora conseguem captar a essência dos anos 1980, com um visual vibrante e músicas que remetem à época. No entanto, essas qualidades visuais e sonoras não são suficientes para salvar o filme de sua superficialidade.
Conclusão
“Lisa Frankenstein” tenta ser muitas coisas, mas não consegue acertar nenhum dos alvos. A direção de Zelda Williams mostra potencial, mas o roteiro de Diablo Cody não ousa o suficiente para transformar a obra em algo memorável. No fim das contas, o filme se perde em sua autoconsciência, deixando o público desejando uma experiência mais coesa e impactante.
Siga o Flixlândia nas redes sociais
+ TikTok
+ YouTube
Onde assistir ao filme Lisa Frankenstein?
O filme está disponível para assistir no Prime Video.
Trailer de Lisa Frankenstein (2024)
Elenco de Lisa Frankenstein, do Prime Video
- Kathryn Newton
- Cole Sprouse
- Liza Soberano
- Henry Eikenberry
- Carla Gugino
- Joe Chrest
Ficha técnica do filme Lisa Frankenstein
- Título original: Lisa Frankenstein
- Direção: Zelda Williams
- Roteiro: Diablo Cody
- Gênero: comédia, romance, terror
- País: Estados Unidos
- Duração: 101 minutos
- Classificação: 16 anos
2 thoughts on “‘Lisa Frankenstein’ não consegue acertar em nenhum dos alvos”