O maior vencedor de Oscars de filme estrangeiro é a Itália. Não é à toa: a terra de Fellini marcou gerações com criatividade, originalidade e filmes que, embora falem do país, geram identificação em diversos outros países, como o Brasil. Embora sumido das salas brasileiras devido ao soft power hollywoodiano, vem agora com o doce, engraçado e tocante “Napoli – New York”.
Sinopse
A trama, que se inicia imediatamente no pós-guerra, entre as ruínas de uma Napoli devastada pela miséria, os pequenos Carmine e Celestina tentam sobreviver como podem, sempre se ajudando mutuamente.
Numa noite, embarcam como clandestinos em um navio rumo a Nova York, com o sonho de viver com a irmã de Celestina, que emigrara anos antes. Ao lado de tantos outros italianos em busca de uma vida melhor, os dois chegam a uma metrópole estranha, que após muitos desafios e descobertas, aprenderão a chamar de lar.
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Crítica
Dirigido pelo oscarizado Gabriele Salvatores, que levou a estatueta em 1991 por Mediterrâneo, o longa tem um sabor conhecido da tradição cinematográfica da Bota. Aqui, ele comanda a realização de um roteiro inspirado em uma história do próprio Fellini. Aqui, a menina Carmine e o jovem Falcone, dois órfãos do pós-guerra, tentam sobreviver em uma cidade arrasada após os conflitos. Os dois se juntam com o objetivo de partir para Nova York, onde a irmã de Carmine partiu para casar-se com um soldado americano.
A aventura da dupla é repleta de bondade, improviso e sorte. Salvatores sabe dar ritmo à jornada, repleta de coadjuvantes interessantes em todos os cenários do longa – a cidade de Nápoles, a viagem de navio e finalmente a chega à Nova York. Em nenhuma das resoluções há absurdos, todas coerentes com uma história filha direta do Realismo Italiano, embora exista a necessidade de CGI para recriar locações de época.

Profundidade e leveza
Outra qualidade de “Napoli – New York” é a capacidade de tratar de diferentes temas com profundidade e leveza. Racismo, preconceito contra imigrantes, diferenças sociais, feminismo, tudo é mostrado e discutido, nunca de forma rasa, mas sempre com um toque de humor. Situações graves podem arrancar risadas amarelas do espectador, mostrando a habilidade do texto e da direção de Salvatores.
A direção de atores é facilitada pelo entorno dos jovens protagonistas. Pierfrancesco Favino, como Domenico Garofalo, o comissário de bordo do navio onde eles entram como clandestinos, e o cozinheiro de Omar Benson Miller, abrilhantam a história sempre que aparecem, mesmo que o segundo tenha poucas falas. Nada disso funcionaria se as crianças Antonio Guerra e Dea Lanzaro não tivessem o carisma e a personalidade que mostram em tela.
Conclusão
“Napoli – New York” é um alento para fãs do cinema italiano, tanto o clássico quanto o contemporâneo. Reconhecível na medida certa, terno e com um olhar apaixonado pelo povo italiano, ainda toca em temas que, infelizmente, são relevantes e atuais, e que já poderiam ter sido varridos para páginas dos livros de História.
Onde assistir ao filme Napoli – New York?
O filme foi exibido na abertura do 20º Festival de Cinema Italiano. Ainda não há data para estreia em circuito nacional.
Trailer de Napoli – New York (2025)
Elenco do filme Napoli – New York
- Pierfrancesco Favino
- Dea Lanzaro
- Antonio Guerra
- Anna Ammirati
- Antonio Catania

















