No filme “Quase o Paraíso” (Casi el Paraíso), Edgar San Juan entrega sua estreia como diretor em grande estilo, adaptando o best-seller homônimo de Luis Spota para os dias atuais.
O longa-metragem é uma sátira ambiciosa que explora as nuances da política, do capitalismo e da idolatria aos títulos nobiliárquicos em uma sociedade onde o poder e a aparência comandam.
Ambientada entre México e Itália, a narrativa se desenvolve com charme, mas enfrenta desafios ao encontrar seu tom e equilíbrio entre crítica social e entretenimento.
Sinopse do filme Quase o Paraíso (2024)
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Crítica de Quase o Paraíso, da Max
Entre a comédia e a crítica
Enquanto a história situada na Itália mantém um tom mais dramático, as cenas mexicanas oscilam entre a comédia caricatural e a crítica social.
Karol Sevilla, no papel da filha de Rondia, é um exemplo dessa dicotomia: sua atuação exagerada contrasta com a seriedade de cenas mais densas, gerando um descompasso tonal que enfraquece o impacto da narrativa. Ainda assim, o elenco liderado por Arcangeli e Rodarte sustenta a trama com interpretações competentes e magnéticas.
Roteiro com ótimos momentos
O roteiro, assinado por San Juan, Hipatia Argüero e Juan Curi, oferece momentos de brilhantismo, especialmente ao explorar a dinâmica entre Rondia e Conti. A relação entre os dois personagens reflete um jogo de poder onde ambos acreditam estar no controle, mas são constantemente desafiados por reviravoltas inesperadas.
Além disso, a crítica ao classismo e à pigmentocracia é apresentada de forma contundente, embora em alguns momentos o filme pareça hesitar em ser mais incisivo.
Conclusão
“Quase o Paraíso” se destaca pela qualidade técnica e pela ambição de suas propostas. Apesar das limitações em sua crítica à elite política e econômica, o filme é uma adaptação competente que consegue entreter e provocar reflexões sobre temas relevantes.
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