Leia a crítica do filme Game Mortal (Latency), de 2024 - Flixlândia

‘Game Mortal’ transita entre o espetáculo visual e a narrativa vazia

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A cada nova tecnologia, a fronteira entre o real e o virtual se torna mais nebulosa. “Game Mortal” (Latency), novo suspense dirigido por James Croke, mergulha exatamente nesse dilema. Com exclusividade no serviço de streaming Adrenalina Pura+, o filme nos convida a questionar até que ponto estamos dispostos a nos perder em um mundo de ilusão em busca de perfeição ou refúgio.

Infelizmente, o longa-metragem, que começa com um conceito promissor acaba tropeçando em sua própria execução, tornando a experiência menos imersiva do que se esperava.

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Sinopse

O filme nos apresenta Hana (Sasha Luss), uma gamer profissional que, por sofrer de agorafobia, encontra no universo dos jogos virtuais o único lugar onde se sente no controle. Sua amiga, Jen (Alexis Ren), é o elo de Hana com o mundo exterior. A vida da protagonista muda quando ela decide testar um novo e revolucionário equipamento que promete interpretar a atividade elétrica do cérebro, aprimorando suas habilidades de jogo.

O que começa como uma oportunidade para se destacar ainda mais, se transforma em um pesadelo quando Hana suspeita que o dispositivo não apenas interpreta, mas manipula seus pensamentos, diluindo a linha entre a realidade e o delírio.

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Crítica

À primeira vista, o filme impressiona. A produção visual de Game Mortal é, sem dúvida, seu ponto mais forte. Os efeitos visuais e o design gráfico do universo de jogo são polidos e detalhados, rivalizando com produções de grande orçamento.

A cinematografia, por sua vez, explora ângulos e iluminação para criar uma atmosfera de claustrofobia e tensão, refletindo o estado mental da protagonista. A decisão de filmar grande parte do longa em um ambiente quase sempre escuro, iluminado apenas pelas telas do computador, contribui para essa sensação de reclusão, embora possa incomodar alguns espectadores que reclamam da falta de visibilidade em muitas cenas.

O cenário do apartamento, sujo e desorganizado, também é um aceno visual para o caos mental da personagem. Por outro lado, o visualmente agradável esconde as falhas do roteiro, como se os criadores quisessem que o público se distraísse com a embalagem e não percebesse o conteúdo vazio.

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Uma promessa que se perde no caminho

Se a parte técnica se sobressai, o mesmo não se pode dizer da narrativa. A premissa de um thriller psicológico sobre a distorção da realidade é fascinante, mas o roteiro falha em construir a profundidade necessária para sustentar a trama.

A história começa de forma envolvente, porém, perde força e coerência no segundo ato. Pontos importantes são negligenciados, e a trama avança de forma apressada, deixando o público com a sensação de que o filme não se desenvolveu plenamente. A inclusão de elementos de horror e terror, como uma menina que aparece do nada ou a questão de sua mãe, parece um recurso forçado para preencher o tempo de tela.

O desenvolvimento dos personagens é outro ponto fraco. Apesar do talento da atriz Sasha Luss, sua atuação é prejudicada por diálogos pouco inspirados. Embora ela transmita a vulnerabilidade e o desespero de Hana, é difícil criar uma conexão emocional com a personagem.

A falta de empatia se agrava com a ausência de um arco de desenvolvimento que justifique a jornada da protagonista. A personagem Jen, interpretada por Alexis Ren, também é pouco explorada, o que enfraquece o impacto de suas interações e do seu destino.

YouTube player

Final não chega a lugar nenhum

O final de “Game Mortal” é um dos aspectos mais criticados. Após um percurso já instável, o clímax chega de forma abrupta e insatisfatória. A conclusão, que deveria amarrar as pontas soltas e trazer impacto emocional, acaba deixando uma série de perguntas sem resposta. Essa ambiguidade pode ser interpretada como uma escolha artística para fazer o espectador pensar, mas o desfecho também pode ser considerado preguiçoso e incoerente.

A sensação é de que os cineastas, sem saber como resolver a trama de forma convincente, optaram por um encerramento vago. A impressão que fica é de que o filme é uma versão esticada e menos inteligente de um episódio de “Black Mirror”.

Conclusão

Game Mortal” tinha todos os elementos para ser um grande filme: um conceito original, uma protagonista carismática e uma estética visual impecável. No entanto, a execução falha em entregar a profundidade e a coerência necessárias para uma experiência verdadeiramente envolvente. A história se perde, os personagens carecem de desenvolvimento e o final deixa o público com um gosto amargo de incompletude.

Em essência, o filme se torna um lembrete de que uma boa ideia e visuais impressionantes não são suficientes para salvar uma narrativa frágil. No fim das contas, é uma pena que o potencial de “Game Mortal” tenha ficado preso em sua própria latência.

Onde assistir ao filme Game Mortal (Latency)?

O filme está disponível para assistir no Adrenalina Pura+.

Quem está no elenco de Game Mortal (2024)?

  • John Cena
  • Danielle Brooks
  • Freddie Stroma
  • Jennifer Holland
  • Steve Agee
  • Robert Patrick
  • Dee Bradley Baker
  • Frank Grillo
  • Rick Flag Sr.
  • David Denman
  • Sol Rodriguez
Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

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