Filmes que exploram contos infantis e metáforas complexas muitas vezes conseguem cativar públicos de todas as idades, sendo Studio Ghibli um exemplo notável. No entanto, “Minha Querida Oni” (My Oni Girl), o mais recente anime da Studio Colorido, parece não atingir esse nível de sofisticação e magia. Apesar de ter um histórico de misturar o cotidiano com o fantástico de maneira eficaz, como em “Estrada do Pinguim” (2018) e “Olhos de Gato” (2020), este novo filme não consegue manter o mesmo impacto, resultando em uma experiência que parece estendida e um tanto clichê.
Sinopse do anime Minha Querida Oni (2024)
“Minha Querida Oni” segue a história de Hiiragi (Kensho Ono), um estudante do primeiro ano do ensino médio que vive na prefeitura de Yamagata, no Japão. Até agora, ele sempre foi obediente e fez tudo o que lhe foi pedido. Sua vida muda ao conhecer Tsumugi (Miyu Tomita), uma garota oni com cabelos tingidos e chifres invisíveis para os humanos comuns. Tsumugi está em busca de sua mãe, que desapareceu misteriosamente de sua vila.
Após um confronto com seu pai e uma luta real com um yokai de gelo, Hiiragi descobre a verdadeira natureza de Tsumugi e decide acompanhá-la em sua jornada, desafiando as ordens de sua família. Juntos, eles encontram novas pessoas e enfrentam uma ameaça sobrenatural que coloca a vila de Tsumugi em perigo.
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Crítica de Minha Querida Oni, da Netflix
A narrativa de “Minha Querida Oni” tenta equilibrar o cotidiano com elementos de folclore, mas falha em manter uma coesão que prenda a atenção do espectador. Hiiragi e Tsumugi são personagens centrais cuja dinâmica é inicialmente apaixonante. Hiiragi, com sua natureza dócil, começa a ser influenciado pela atitude destemida de Tsumugi, desenvolvendo uma química que resulta em momentos de comédia e drama adolescente.
No entanto, o anime tropeça em sua estrutura narrativa. A primeira metade, focada na viagem dos protagonistas pelo mundo humano, é pontuada por encontros e tarefas que deveriam aprofundar seus personagens, mas acabam sendo breves e pouco impactantes. Já na segunda metade, ao chegar na vila gelada, a trama se apressa em desenvolver conflitos e apresentar novos elementos fantásticos, sem o devido cuidado para construir uma tensão climática convincente.
Um dos pontos altos de “Minha Querida Oni” é a estética visual. As animações da Studio Colorido são vibrantes e detalhadas, com cenários belamente retratados que capturam a transição entre o mundo real e o fantástico. A direção de Tomotaka Shibayama, veterano de Studio Ghibli, consegue criar composições visuais belíssimas que misturam o cotidiano com o outro mundo. No entanto, apesar das impressionantes paisagens cobertas de neve e a rica paleta de cores, esses elementos visuais não conseguem compensar totalmente as deficiências narrativas.
O roteiro de Yuko Kakihara aborda temas de abandono e identidade, mas de forma superficial. Hiiragi lida com a pressão de ser sempre o bonzinho, enquanto Tsumugi enfrenta a raiva e a solidão causadas pela ausência da mãe. Embora essas jornadas emocionais sejam bem-intencionadas, o desenvolvimento dos personagens é previsível e os diálogos frequentemente caem em clichês.
Conclusão
“Minha Querida Oni” é uma obra visualmente agradável, mas que sofre com uma narrativa desarticulada e personagens arquetípicos demais para deixarem uma impressão duradoura. O filme pode agradar aos fãs de animação 2D que buscam algo para passar o tempo, mas não alcança a profundidade emocional ou a inventividade de obras mais memoráveis do gênero e do próprio Studio Colorido. A estética vibrante e alguns momentos emocionais isolados são até interessantes, mas, no geral, a experiência parece superficial.
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Onde assistir ao anime Minha Querida Oni (2024)?
O filme está disponível para assinantes da Netflix.
Trailer do filme Minha Querida Oni
Elenco de Minha Querida Oni, da Netflix
- Miyu Tomita
- Kensho Ono
- Miou Tanaka
- Satsuki Yukino
- Mitsuho Kambe
- Satoshi Mikami
- Noriko Hidaka
Ficha técnica de Minha Querida Oni (2024)
- Título original: Atlas
- Direção: Tomotaka Shibayama
- Roteiro: Yûko Kakihara, Tomotaka Shibayama
- Gênero: anime, animação, aventura, drama
- País: Japão
- Duração: 112 minutos
- Classificação: 12 anos
1 thought on “‘Minha Querida Oni’ está abaixo das obras memoráveis do Studio Colorido”