Lançada recentemente no Disney+, a minissérie “O Som e a Sílaba” marca mais uma contribuição de Miguel Falabella ao panorama cultural brasileiro. Adaptada de sua peça teatral homônima, a produção explora temas complexos e delicados como o autismo, além de mergulhar no universo da música clássica, com um foco especial na ópera.
Estrelada por Alessandra Maestrini e Mirna Rubim, a série oferece uma visão sensível e artística sobre a vida de Sarah, uma jovem autista que sonha em se tornar uma soprano. Mas será que a série consegue equilibrar emoção e profundidade em seus oito episódios? Vamos descobrir.
Sinopse da série Voltando por Você (2024)
A trama gira em torno de Sarah Leighton (Alessandra Maestrini), uma jovem no espectro autista que sempre se sentiu diferente. Rejeitada pela mãe e extremamente ligada ao pai, Sarah encontra refúgio e inspiração na ópera.
Quando adulta, sua vida muda ao ser inscrita, pelo irmão, em aulas de canto com a renomada soprano Leonor Delis (Mirna Rubim). A princípio, a relação entre aluna e professora é marcada por dificuldades, mas com o tempo, a música se transforma em uma ponte que une as duas de maneiras profundas e inesperadas.
Você também pode gostar disso:
+ Destino ou tragédia? O que esperar de ‘Voltando por Você’
+ 8ª temporada de ‘Sunset – Milha de Ouro’ mostra esgotamento da fórmula
+ ‘Grand Maison Tóquio’: ambição, redenção e alta gastronomia
Crítica de O Som e a Sílaba, do Disney+
“O Som e a Sílaba” é uma produção que chama atenção pelo esmero em seus detalhes visuais e sonoros. A fotografia da série lembra a leveza e a vivacidade de uma novela, enquanto a paleta de cores vibrantes reflete a singularidade da protagonista. A escolha da música também merece destaque, com uma trilha sonora que equilibra o refinamento da ópera com momentos mais acessíveis ao grande público, fazendo jus ao título da obra.
A série consegue abordar a questão do autismo de forma respeitosa, sem cair em estereótipos óbvios. Alessandra Maestrini brilha ao interpretar Sarah, trazendo nuances à personagem, que poderia facilmente ser reduzida a uma caricatura.
Desenvolvimento limitado
No entanto, apesar de sua interpretação sensível, a representação do autismo na série ainda se apoia em algumas visões limitadas, algo que poderia ser evitado. As falas sobre autismo, em certos momentos, soam repetitivas e cansativas, o que pode alienar o espectador que espera um aprofundamento mais dinâmico sobre o tema.
O relacionamento entre Sarah e Leonor é o coração da série. A evolução de ambas é convincente, especialmente quando vemos Leonor, inicialmente rígida e amarga, suavizar seu comportamento ao permitir que Sarah entre em sua vida. A narrativa também aborda a ignorância e o preconceito de forma sutil, mostrando como figuras ao redor de Sarah, como sua mãe e cunhada, enfrentam dificuldades em aceitar sua condição.
No entanto, a curta duração dos episódios (em torno de 30 minutos cada) limita o desenvolvimento mais profundo de alguns personagens e subtramas. Figuras como a soprano Deise (Amanda Souza) e a antagonista Angelina (Maria Padilha) poderiam ter sido melhor exploradas, especialmente para mais dramaticidade à trama.
Conclusão
“O Som e a Sílaba” é uma série que, apesar de suas limitações, oferece uma representação valiosa sobre o autismo e a busca pela aceitação. Miguel Falabella demonstra mais uma vez sua capacidade de transitar entre gêneros, entregando um drama com toques de leveza e uma profundidade emocional que convida o público à reflexão.
Siga o Flixlândia nas redes sociais
+ Instagram
+ Twitter
+ TikTok
+ YouTube
Onde assistir à série O Som e a Sílaba?
A série está disponível para assinantes do Disney+.
Trailer de O Som e a Sílaba (2024)
Elenco de O Som e a Sílaba, do Disney+
- Alessandra Maestrini
- Mirna Rubim
- Maria Padilha
- Giulia Nadruz
- Guilherme Magon
- Miá Mello
Ficha técnica da série O Som e a Sílaba
- Gênero: romance, drama
- País: drama, comédia
- Ano: 2024
- Temporada: 1
- Episódios: 8
- Classificação: 12 anos
1 thought on “[CRÍTICA] ‘O Som e a Sílaba’ convida o público a reflexão”