Início » ‘Um Pai para Lily’: afeto nas entrelinhas de uma dor silenciosa

Quantas vezes uma conexão inesperada pode reconfigurar uma vida inteira? O filme “Um Pai Para Lily” surge como uma dessas raras obras que, ao falar de abandono, solidão e necessidade de pertencimento, escolhe o caminho do acolhimento ao invés do lamento.

Inspirado em fatos reais e dirigido com sensibilidade por Tracie Laymon, o longa aborda a jornada de uma jovem marcada por feridas emocionais profundas, mas que encontra, num estranho da internet, o afeto que sempre lhe foi negado.

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Sinopse do filme Um Pai para Lily

Lily Trevino (Barbie Ferreira) é uma jovem solitária, marcada pela ausência de afeto desde a infância. Criada por um pai narcisista e abandonada por uma mãe viciada, ela carrega um histórico de negligência afetiva que reverbera em suas relações.

Em meio a uma crise pessoal, Lily decide procurar pelo pai nas redes sociais e, por engano, inicia uma conversa com um estranho chamado Bob Trevino (John Leguizamo) — o mesmo nome do pai biológico.

A partir desse encontro improvável, nasce uma relação afetiva que, embora virtual no início, ganha profundidade e humanidade conforme os dois aprendem a curar suas feridas emocionais através da escuta e do afeto genuíno.

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Crítica de Um Pai para Lily (2025)

Tracie Laymon conduz sua narrativa com um olhar íntimo, quase confessional, ao tratar de temas espinhosos como negligência familiar e carência afetiva. O roteiro — baseado na própria história da diretora — opta por um tom contido, mas nunca frio, que respeita a dor da protagonista sem recorrer a melodramas fáceis.

A força do filme está justamente na sua recusa ao espetáculo. Lily não é apresentada como uma vítima passiva, mas como alguém que aprendeu a sobreviver na ausência de amor. A sua maneira de aceitar humilhações, como o telefonema do namorado infiel no início do filme, diz muito sobre o quanto ela se acostumou a não ser prioridade na vida de ninguém.

Ferreira e Leguizamo: a química improvável que salva

Barbie Ferreira entrega uma das performances mais humanas de sua carreira. A atriz dá vida a Lily com uma vulnerabilidade crua, sem filtros. Seus silêncios falam tanto quanto seus rompantes emocionais. Já John Leguizamo, como o “segundo Bob Trevino”, é o oposto do pai biológico de Lily: calmo, gentil, empático.

A química entre os dois atores é o coração pulsante do filme — e é impossível não se emocionar com os pequenos gestos de cuidado que surgem ao longo da narrativa.

Mesmo quando o roteiro flerta com o didatismo — como na cena da psicóloga chorando — o talento de ambos os intérpretes sustenta a verdade emocional do enredo. A relação entre Lily e o novo Bob é construída com lentidão e sinceridade, como se o próprio filme tivesse medo de assustar os personagens com uma dose de afeto abrupta demais.

Minimalismo visual com função narrativa

A estética do filme é contida, com uma fotografia que acompanha o estado emocional da protagonista. Tons dessaturados marcam os momentos em que Lily está com o pai biológico, destacando a frieza da relação. Já as cenas com Leguizamo são banhadas por uma luz mais quente, uma escolha simples mas eficaz para traduzir a mudança emocional da personagem.

Tracie Laymon, em sua estreia como diretora de longas, acerta ao optar por uma mise-en-scène discreta, mas cheia de significado. Os closes, usados com parcimônia, capturam os momentos de abertura emocional com uma força silenciosa. Nada é excessivo, mas tudo comunica.

Um retrato real, mesmo quando parece ficção

Saber que “Um Pai Para Lily” é baseado em uma história real torna a experiência ainda mais comovente. A diretora transforma seu passado em cinema com honestidade, sem transformar sua dor em autopiedade. E o filme ganha força justamente por isso: é um lembrete de que muitas vezes é no inesperado — numa mensagem enviada a um estranho — que se encontra o amor que a vida negou.

O longa também aborda com sensibilidade temas como dependência emocional, saúde mental e o papel das redes sociais como espaço de acolhimento. Ainda que a internet seja frequentemente vista como território de riscos, aqui ela aparece como um canal de reconstrução — e essa abordagem, longe de ser ingênua, é reconfortante.

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Conclusão

“Um Pai Para Lily” é uma história sobre a importância de ser visto, escutado e cuidado. Um filme que se recusa a ser cínico diante da possibilidade de afeto e que nos relembra que, sim, um simples “vai dar tudo certo” pode mudar a trajetória de alguém. Tracie Laymon faz de sua estreia uma carta de amor à empatia e à força dos vínculos humanos — mesmo os mais improváveis.

Em tempos em que o cinismo parece moda, filmes como este funcionam como um abraço: talvez um pouco desajeitado, mas profundamente verdadeiro. E no fim, como diria Leminski, basta um instante e você tem amor bastante.

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Onde assistir ao filme Um Pai para Lily?

O filme está disponível para assistir nos cinemas.

Trailer de Um Pai para Lily (2025)

Elenco do filme Um Pai para Lily

  • Barbie Ferreira
  • John Leguizamo
  • French Stewart
  • Lauren ‘Lolo’ Spencer
  • Rachel Bay Jones
  • Ted Welch
  • Tony Milder
  • Allora Nutter

Ficha técnica de Um Pai para Lily (2025)

  • Título original: Bob Trevino likes it
  • Direção: Tracie Laymon
  • Roteiro: Tracie Laymon
  • Gênero: drama, comédia
  • País: Estados Unidos
  • Duração: 102 minutos
  • Classificação: 14 anos

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